segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cronologia da Imigração Japonesa em Lins

  • 1908: no dia 18 de Junho, após 52 dias de viagem, chega ao porto de Santos o primeiro navio de emigrantes, o Kasato Maru, com 781 trabalhadores.
  • 1916: fundação do primeiro bairro nipônico em Lins , o Barbosa.
  • 1917: fundação do bairro Campestre.
  • 1917: fundação do bairro Periferia de Lins.
  • 1918: fundação do bairro União.
  • 1918: fundação do bairro Palmital.
  • 1922: fundação do bairro Córrego da Onça.
  • 1922: fundação do bairro Coqueiral.
  • 1922: fundação do bairro Ideal( atual bairro Tarama).
  • 1923: fundação do bairro Yabiku.
  • 1923: fundação do bairro São João.
  • 1925: fundação do bairro Figueira.
  • 1926: fundação da Associação de Jovens de Lins, que posteriormnte passou a ser chamada Associação Esportiva Linense (Rinsu Senenkai), com a intensa participação de jovens da colonia.
  • 1928: fundação do bairro Fortaleza e realização do primeiro casamento entre um imigrante japonês e uma não nikkei.
  • 1929: fundação da Associação Central Japonesa de Lins, denominada posteriormente Federação da Associação Nipo-Brasileira de Lins, cujo objetivo era melhorar o intercâmbio entre as associações e salvaguardar os interesses da escola japonesa.
  • 1929: início da prática do beisebol em Lins, com a participação da equipe da cidade em competições regionais, nacionais e internacionais.
  • 1929: fundação do bairro Camponesa.
  • 1930: construção da Escola Nipo-Brasileira de Lins.
  • 1930: fundação do bairro Riqueza.
  • Década de 1930: setenta por cento dos cafezais perteciam aos japoneses, os quais foram responsáveis por transformar Lins no maior centro produtor de café do mundo, através de árduo trabalho e grande dedicação.
  • 1930: fundação do bairro Natal.
  • 1930: fundação do bairro Pau d'Allho.
  • 1934: fundação do bairro Tangará.
  • 1935: fundação do bairro Paraíso.
  • 1936: construção da sede da Associação Esportiva Linense.
  • 1936: fundação da Associação de Adpetos da Seicho-No-Iê na Era Showa 11.
  • 1940: fundação do bairro Taquaruçu.
  • 1940: o governo brasileiro decreta a Lei Nacionalista, que proíbia o uso de idioma estrangeiro, o que dificultava o cotidiano dos imigrantes. Assim nesse ano mudou-se o nome da Federação da Associação Nipo-Brasileira de Lins para Associação Internacional Beneficente de Lins, para atender ás imposições legais. Apesar da denominação, a associação continuou auxiliar as famílias japonesas a dar continuidade ás atividades escolares em seu idioma original;
  • 1941: a II Guerra Mundial provocou a repressão governamental ás atividades econômicas e sociais dos imigrantes japoneses, ou seja, escolas japonesas foram fechadas, jornais e livros japoneses deixaram de circular, as atividades comerciais dos imgrantes sofreram rigorosas fiscalização. Após o fim do conflito a colônia  dividiu-se em dois grupos: o Makegumi, ou derrotistas, e o Kachigumi, ou vitoristas, fato que marcou uma fase de rivalidade e atentados entre os imigrantes.
  • 1945: criação da Associação da Melodia Poética (Tanka).
  • 1950: fundação da igreja Livre Metodista.
  • 1950: Lins recebe a visita da seleção japonesa de natação, integrada pelos chamados  "Peixes voadores", que era a mais famosa equipe de natação do mundo. Tal fato marcou a reconciliação entre os conterrâneos e entre os brasileiros e os japoneses no pós-guerra.
  •  
Recepção aos "Peixes Voadores"no aeroporto de Lins, em 1950

Recepção aos "peixes Voadores"em Lins 1950
Os "Peixes Voadores"na piscina de Lins, em 1950.

Ainda em 1950, o príncipe Toshihiko Higashikuni chega a Lins e vai morar na fazenda Tarama.
Outro fato curioso dos anos 1950 em Lins foi a produção, pelo dr Motumo Konda, de um medicamento para combater azia e dores de estômago, produzido á base de bicarbonato de sódio, chamado de Bisuisan, hoje conhecido nacionalmente e fabricado por um gran de laboratório.
 
  • 1951: visita do supremo sacerdote da Igreja Budista Japonesa Kootyo Ohtani, e sua esposa, Tomoko Ohtani.
O Supremo Sacerdote da Igreja Budista japonesa, e sua Esposa, em Lins 1951

Nessa época as mulheres não podiam participar das reuniões da Associação Nipo-Brasileira de Lins; assim, lideradas por Kikuno Konda ( esposa do dr Konda), fundaram a Associação das Senhoras  Japonesas em Lins, a Wako Fujinkai ( "Brilho da Paz"), nome sugerido pela sra. Ohtani durante sua estadia na cidade.
1953: em julho realiza-se a primeira Exposição de Produtos Agrícolas da Região de Lins, no distrito de Guapiranga. 
Primeira exposição de produtos agrícolas do bairro Paraíso-Julho de 1953
1954: a Miss Lins Colônia Japonesa, Rosa Miriko Satake, foi eleita Miss Brasil Colônia Japonesa,e, em 1957, outras vez uma Linense, Geny Toshie Fukuda, conquistou o título nacional.

Miss Brasil Colônia Japonesa, Rosa  Miriko Satake
Miss Brasil Colônia Japonesa, Geny Toshie Fukuda
  • 1958: visita do príncipe Takahito Mikasa e sua esposa, a princesa Yuriko Mikasa, durante a comemoração do Cinquentenário da Imigração Japonesa no Brasil.
  • 1966: comemoração dos 50 anos da Imigração japonesa em Lins. Visita do embaixador do Japão Keiichi Tatsuki, e do cônsul-geral, Shiro Kondo.
  • 1973: inauguração do Clube Meiji ( Meiji Kurabu), atual Rinsu Mutsuju Kai ( Departamento de Idosos), que realiza Karaokê e excursões para termas.
  • 1978: devolução da Escola Japonesa de Lins (Gakuen),  que permaneceu confiscada pelo exército durante 30 anos.
  • 1982: inauguração do Pensionato dos Estudantes.
Sentaro Omura cumprimenta o Príncipe Takahito Mikasa e sua Esposa, Yurico Mikasa, em Lins,1958
Recepção ao casal Imperial no aeroporto de Lins por autoridades do município, no dia 22 de Junho de 1958




    Imigração Japonesa em Lins

    Em 1905 teve inicio a construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil, que ligava Bauru, na região central do estado de São Paulo , a Corumbá , nessa época no estado do Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul ( estrada 2008). O Mapa da figura 3 mostra o trajeto ferroviário percorrido pelos japoneses desde Santos até Lins.
    Essa ferroviária foi determinate para a expansão cafeeira e para o crescimento populacional dos imigrantes nas regiões por ela cortada. Á medida que a ferrovia penetrava  no sertão desconhecido, na região oeste de Bauru, contruíam-se estações, ao redor das quais fundavam povoados. Assim, o imigrantes japoneses começaram a implementação do núcleo de colonização, como núcleo Hirano, em 1915, na Estação Presidente Pena, atual Cafelândia; núcleo Barbosa, em 1916, na Estação Albuquerque  Lins, atual Lins; núcleo Itacolomi (Uetsuka n 1), em 1918, na Estação Heitor Legru, atual Promissão; núcleo Birigui, em 1918, na Estação Birigui, atual cidade do mesmo nome (Handa, 1987; Carvalho, 2007).
    O núcleo Hirano é conhecido como uma das mais amargas experiências de colonização japonesa. Os imigrantes foram acometido por surto de malária, a qual causou cerca de oitenta óbitos em 1916 e fez restar apenas trinta famílias. Além disso, em 1917, o núcleo sofreu um ataque de "núvem de gafanhotos", que chegou a escurecer o céu e devastou toda vegetação, e, em 1918, um longo período de seca, seguido de geada, que castigou as lavouras de café ( Handa, 1987; Koga 2006)
    Desse modo, por causa do menor número de casos de doenças como a malária e o calazar, os japoneses optaram pela região de Lins. Ademais, alguns colonos, em busca de novas oportunidades, fugiram das fazendas de café para escapar da escravidão por dividas. Diversos bairros foram então formados e, na década de 1930, Lins tinha a maior concentração de nikkeis do país. A base econonômica  dos nipônicos era a agricultura: criavam bicho-da-seda e plantavam feijão, milho, algodão e arroz, mas foi na cultura de café que a colonia se especializou. Cerca de 70 por cento dos cafezais do município perteciam aos japoneses e , nessa época, Lins foi considerada o maior centro cafeeiro do mundo(Koga,2006).

    Emoção

    É com imensa emoção que deixarei aqui registros do livro : A história da imigração japonesa em Lins.


    Dedicatória a minha familia (parte de avó Iwassaki)





    De Maria Kazue Mori,  sem muitas palavras pra descrever o quanto adorei o livro, pois nele há relatos da minha familia, meus ancestrais, que eu não conhecia, e de pessoas que conheço desde a minha infância.Com este livro conheci mais do passado dos meus ancestrais, de onde vim, e passei a admirar ainda mais todo esse povo forte, de histórias emocioantes, e de grande bravura.
    Agradeço a Kazue por este presente.


















    Contrato  da emigração entre a companhia Kokoku Shokumin Goshi Kaisha e o emigrante Kihei ide, ajustado em 5 de Abril de 1908.






     Cartaz para atrair emigrantes japoneses ao Brasil

    domingo, 17 de abril de 2011

    Japão, por Monja Coen

    Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro(心).
    Kokoro  ou Shin significa coração-mente-essência.
    Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
    Outra palavra é gaman(我慢): aguentar, suportar.  Educação para ser capaz  de suportar dificuldades e superá-las.
    Assim, a tragédia de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo  de duas maneiras.
    A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
    A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
    Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
    Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém.  Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área.  As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
    Não furaram as  filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos- mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica,  alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água. 
    Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
    Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques.  Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam.  Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro(感謝の心): coração de gratidão.
    Sumimasen(すみません) é outra palavra chave.  Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver.  Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta.  Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo.  Sumimasem.
    Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
    O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei.  Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
    Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico.  As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de  resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
    Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
    Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas.  Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
    Aprendemos com essa tragédia  o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória,  nada é seguro neste mundo,  tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
    Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo  está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra.  O planeta tem seu próprio movimento e vida.  Estamos na superfície, na casquinha mais fina.  Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos.  O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos.  E isso já é uma tarefa e tanto.
    Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
    Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam as tragédias que se seguiram a 11 de março.
    Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar. 
    Haviam pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas.  Todas eram e são pessoas de meu conhecimento.  Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência.  Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
    Mãos em prece (gasshou) 合掌
    Monja Coen

    sexta-feira, 15 de abril de 2011

    Uma esperança em forma de beleza

    Em meio a tanta tristesa e destruição eis que brota essa maravilha Sakura.





    quinta-feira, 24 de março de 2011

    Luto pelo Japão

    Estou imensamente  ainda em choque, por tudo o que ocorreu no país dos meus ancestrais, fiquei sabendo um dia depois, por incrivel que pareça eu estava sem meio de comunicação algum, nem tv. Não consigo ainda ver reportagens, fotos,  desta tragédia, choro muito. Graças ao bom Deus, meus parentes estão bem, e a maioria já voltou de lá, antes deste ocorrido.
    Tenho amigos, e conhecidos lá, tentei pesquisar se estão bem, e parece que sim.


    Vamos participar de uma corrente do bem, pelo Japão?








    segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

    Yakuza



        
    Yakuza
    Alguns estabelecimentos comerciais de Tóquio proíbem a entrada de pessoas com tatuagens visíveis, pois os yakuzas mantém a tradição de tatuar todo o corpo.
    FundaçãoSéculo XVII
    Local da fundaçãoTóquio

    Território(s)
     Japão
     Brasil
    AtividadesContrabandoExploração da prostituiçãoJogos de azar
    RivaisTríade chinesa


    Yakuza (em japonês: ヤクザ ou やくざ), também conhecidos como gokudō (極道) são os membros das tradicionais organizações de crime organizado existentes no Japão. A polícia japonesa os chama de bōryokudan (暴力団, literalmente "grupo de violência"), enquanto os próprio yakuza se chamam de "ninkyō dantai" (任侠団体 ou 仁侠団体, "organizações cavalheirescas").
    Os Yakuza surgiram como associações criminosas e obedeciam a regras rígidas específicas. Com o tempo, passaram a influenciar diversos segmentos da sociedade e política japonesa. Foi no início do século XVII que nasceram, nos grandes centros urbanos de Osaka e Edo (atualTóquio), sob a égide dos chefes de quadrilhas. Os Yakuza agrupam diversas categorias: primeiro foram os jogadores profissionais e os ambulantes. A esses uniram-se os samurais que, a partir de 1603, com o fim das guerras feudais e o reinado da "Paz Tokugawa" por 250 anos, viram-se sem mestres, ameaçados de banimento.
    Na hierarquia social Yakuza, abaixo dos samurais, dos artesãos e dos comerciantes vêm os hinin (não-humanos) e os eta (maculados). Os "hinin" são carcereiros, carrascos e pessoas ligadas à espetáculos. Os "eta" estão vinculadas à profissão de abate de animais (no xintoísmo e no budismoconsiste mácula todo trabalho ligado à morte e ao sangue).
    Os Yakuza criaram um estatuto e um código baseado nas relações de fidelidade entre o padrinho (oyabun) e seu protegido (kobun): a cerimônia de consagração consiste na troca do copo de saquê e representa a entrada no clã e os laços de sangue.

    Sociedade

    A Yakuza era uma sociedade exclusivamente masculina. Eles acreditavam que as mulheres foram feitas para serem mães e para cuidarem de seus maridos, não devendo se meter nos negócios dos homens. Um outro motivo pelo qual as mulheres não eram aceitas na yakuza é que não se deve falar sobre o grupo a ninguém de fora, e eles acreditavam que as mulheres não seriam fortes o suficiente para se manterem caladas caso fossem interrogadas pela polícia ou por algum inimigo. Isso ocorria até a década de 1990, atualmente já existem mulheres que atuam na Yakuza e ocupam alto escalão no grupo, mas para entrarem no grupo, dependendo de qual função, elas devem passar por diversos testes. Nos dias atuais recrutam também jovens e estudantes, para infiltração na chamada "dominação da área". pois eles não usam tatuagens, mas são obrigadas a aprender artes marciais e a manejar armas, como espadanunchaku, e armas de fogo, entre centenas de outras.
    Quando o chefe morre e não há ninguém que possa substituí-lo imediatamente, é a esposa quem assume temporariamente o comando do grupo.


    Família

    Os clãs são organizados à semelhança de uma família, possuindo talvez a mais rígida das hierarquias do mundo dos crimes. O oyabun (pai) é o chefe, wakashu são seus filhos e kyodai são seus irmãos. Todos devem total obediência e lealdade ao oyabun, e em troca ele oferece proteção a todos de seu clã. Os membros não devem temer a morte pelo oyabun, e devem concordar com tudo o que ele diz.
    Há dois tipos de yakuza: aqueles que pertencem a um clã e os autônomos. Por não pertencerem a clã algum, os autônomos têm dificuldades para agir, pois os grupos não permitem que eles atuem em seus territórios. Os clãs costumam usá-los como espiões ou pagá-los para realizar um serviço sujo no qual não queiram envolver o seu clã. Se o autônomo for ambicioso e capacitado, pode começar um grupo do zero, mas geralmente, quando não é assassinado, torna-se membro de algum clã já existente.


    Principais famílias

    NomeDescriçãoSímbolo
    Yamaguchi-gumi a Familia Untem (六代目山口組)Criada em 1915 é a maior família da Yakuza, tem mais de 40 mil membros e é dividida em 750 clãs. Seu Oyabun (líder) é o Kenichi Shinoda.Yamabishi.svg
    Sumiyoshi-rengo (住吉会, as vezes chamado de Sumiyoshi-kai (住吉会)É a segunda maior família da Yakuza, com mais de dez mil membros divididos em 177 clãs. Seu Oyabun atual é o Shigeo Nishiguchi , Osomuya Tanaka. É inimiga de morte da Yamaguchi-gumiSumiyoshi-kai.svg
    Inagawa-kaï(稲川会)É a terceira maior família da Yakuza, tem mais de 7 mil membros e é dividida em 177 clãs. Seu Oyabun atual é o Kakuji Inagawa. Foi a primeira Yakuza a operar fora e dentro do JapãoInagawa-kai.svg
    Towa Yuai Jigyo Kumiai (東亜友愛事業組合), as vezes chamada de Towa-kai (東亜会)É a quarta maior família da Yakuza, tem mais de mil membros e é dividida em 6 clãs. Seu Oyabun atual é o Satoru Nomura. Foi a primeira Yakuza japonesa a ser criada na Coréia.Toua Yuai Jigyo Kumiai.svg


    Obrigações

    Entre as obrigações dos membros estão:
    • Não esconder dinheiro da gangue;
    • Não se envolver pessoalmente com narcóticos;
    • Não procurar a lei ou a polícia;
    • Não violar a mulher de outro membro;
    • Não desobedecer às ordens de um superior;
    • Não deixar rastros após o crime.
    • Não matar ninguém da gangue sem a permissão de um superior


    Liderança

    O chefe dos filhos chama-se wakagashira, e dos irmãos shateigashira. O wakagashira é o segundo em autoridade, vindo logo após o oyabun e servindo também como um intermediário para supervisionar se as ordens estão sendo cumpridas. O shateigashira é o terceiro em autoridade.
    Cada filho pode formar sua própria gangue e assim por diante, resultando em diversas subfamílias. Cada um obedece o líder de sua gangue, mas é sempre o oyabun que dá a palavra final.
    Uma família típica tem de 20 a 200 membros, o que pode assegurar ao clã todo um número bem superior a 1000 homens. As familias em que possuem membros yakuza são geralmente de raiz com nome Shibatsu, Yakasa, Shiatsuta, Tashiro, Tonaco, Shematse, Tokesho entre outras diversas com membros na cultura japonesa.
    Quando um indivíduo entra na sociedade dos yakuza, muitos clãs não permitem que ele saia do seu grupo, duvidando de que possa vazar alguma informação.

    Você sabia?


    que o símbolo do Sol Nascente no centro da "Hi-no-maru" (a bandeira nacional do Japão) é o emblema ("Mon") do estado japonês há vários séculos?
    ...que popularmente, a palavra kimono é usada para se referir a mais tradicional roupa usada no Japão. Entretanto, a mesma possui um sentido mais amplo, significando o conjunto de peças que formam o típico visual japonês?
    ...que bonsai significa "árvore em bandeja". Embora o cultivo dessas árvores em miniatura seja associado à cultura japonesa, foram os chineses os primeiros a cultivar árvores e arbustos em vasos de cerâmica?
    ...que o saquê é uma bebida tradicional do Japão, obtida com a fermentação do arroz, tomada geralmente quente e no começo da refeição?
    ..que as gueixas são mulheres japonesas treinadas em okiya (casas tradicionais que preparam as gueixas) desde a adolescência para desempenharem um trabalho baseado na música, dança e entretenimento?
    ...que há três alfabetos predominantes no Japão: HiraganaKatakana e KanjiHiragana e Katakana são bastante semelhantes, ambos possuem 46 caracteres que representam, em sua maioria, sílabas de duas ou três letras. Em ambos os alfabetos, as vogais A, I, U, E, O e a consoante N são representadas por apenas um símbolo, mas não o mesmo símbolo?

    Gueixas

    Gueixa (em japonês芸者 geisha?) ou Gueigi (em japonês芸妓 geigi?) são mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução,dança e canto, e se caracterizam distintamente pelos trajes e maquiagem tradicionais. Contrariamente à opinião popular, as gueixas não são um equivalente oriental da prostituta. Elas não trabalham com sexo. Podem chegar a flertar, mas seus clientes sabem que não irá passar disso, e esse é o fato que muitos homens se encantam com a cultura de uma gueixa. No Japão a condição de Gueixa é cultural, simbólica repleta de status, delicadeza e tradição. São em muitos aspectos similares às Kisaeng coreanas. O termo geiko (芸子) é também usado no dialecto de Quioto para descrever as gueixas, especialmente no bairro Hanamachi. Ao contrário do que se verificava nos séculos XVIII e XIX, as gueixas são atualmente em número bastante mais reduzido. Maiko (em japonês舞妓?) é o termo utilizado para designar uma gueixa aprendiz. O elegante, mundo de alta cultura de que a gueixa faz parte é chamado karyūkai (柳界 "a flor e mundo de salgueiro"). Uma gueixa famosa, Mineko Iwasaki, disse que isso é porque "gueixa é como uma flor, bela em seu próprio estilo, e como um salgueiro, graciosa, flexível, e forte." Outra importante gueixa foi Kiharu Nakamura.

    Sobre o nome

    Uma maiko andando perto de seu trabalho em Gion Kobu,Quioto.
    "Gueixa" (AFI[/ˈgeɪ ʃa/]) é um nome próprio e, como todos os nomes japoneses, não tem variantes no número gramatical. A palavra original consiste em dois kanji (gei), que significa "arte" e  (sha), que significa "pessoa" ou "praticante". Assim, a gueixa é a pessoa que faz arte. A tradução literal de geixa para a língua portuguesa será "artista" ou mesmo "entertainer".
    O termo geiko é também usado na região Kansai para distinguir gueixas tradicionais e onsen gueixa (ver abaixo), que são prostitutas que se vestem de forma similar, à excepção do Obi que, no caso das primeiras, é trajado nas costas, enquanto que nestas é trajado à frente — ressalva-se que o Obi é uma parte da indumentária de uma gueixa difícil de vestir, pelo que o facto de ter que ser retirado sistematicamente para a prática promíscua é uma razão para ser vestido desta forma. Pelo mesmo motivo, as verdadeiras gueixas dispunham de ajuda profissional (de um vestidor) para serem assistidas no difícil processo de se vestirem. O traje é composto por várias camadas de quimono eroupa interior, enquanto que o Obi é mais do que um simples cinturão de tecido. Com efeito, uma gueixa poderá demorar-se a vestir mais de uma hora, mesmo com ajuda. Na China a palavra gueixa é traduzida como "yi ji", que soa como "ji" e tem relação com a prostituição.
    As gueixas aprendizes são designadas maiko, que é construída a partir dos kanji  (mai), que significa "dançarino/a" e  (ko), que significa"criança". Curiosamente, foram as maiko que, com a sua maquiagem branca, quimonos elaborados e penteado característico — em forma de pêssego — se tornaram no estereótipo das gueixas para os ocidentais.
    As gueixas de Tóquio não seguem, contudo, o processo ritualizado de aprendizagem maiko característico de Quioto. O período de formação pode ir de seis meses a um ano — substancialmente inferior ao da maiko de Quioto — até ao seu debute como uma gueixa completa. A aprendiza é referida como han'gyoku (半玉) ou "meia-jóia", ou pelo termo mais genérico o-shaku (御酌), literalmente, "aquela que verte (álcool)". Em média, as gueixas de Tóquio são mais velhas que as homónimas de Quioto, muitas delas chegando a dispor de algum grau académico.

    Formação

    Tradicionalmente, uma gueixa iniciaria a sua formação em tenra idade. Não obstante algumas delas serem vendidas para casas de gueixas (okiya) ainda muito novas, esta não era uma prática comum nos distritos de melhor reputação. Era frequente, porém, que as filhas de gueixas se tornassem gueixas também, como sucessoras (atatori, que significa herdeiro).
    O primeiro estágio desta formação designava-se por shikomi. Assim que as moças chegavam à okiyaa, eram colocadas ao serviço doméstico, realizando as tarefas domésticas tal como as criadas. O trabalho era propositadamente difícil para forçar a transformação das moças à nova casa, e à nova vida que se lhe apresentaria pela frente. A shikomi mais nova estaria encarregue de esperar acordada pela gueixa mais velha à noite, enquanto esta não regressasse dos seus compromissos, muitas vezes para além das duas e três da madrugada. Durante este estágio, a shikomi frequentaria as aulas na escola de gueixas da sua zona (hanamachi). Atualmente, este estágio persiste, principalmente para acostumar as moças ao dialecto tradicional, tradições e vestuário dos karyūkai.
    Assim que se verificasse a proeficiência artística da aprendiza, e completasse este estágio mediante um difícil exame final de dança, a iniciada passaria ao segundo estágio: minarai. Neste nível, aminarai é dispensada dos deveres domésticos para desenvolver e exercitar a formação anterior, já fora de casa e da escola, seguindo o exemplo de uma gueixa mais experiente — a sua onee-san, ou "irmã mais velha" — cuja ligação simbólica é celebrada através de um ritual. Embora já participem em ozashiki (banquetes em que os convidados se fazem acompanhar de gueixas), não participam a um nível avançado; os seus quimonos, mais elaborados que os das maiko, são concebidos para deslumbrar quanto baste, para compensar. Embora as minarai já possam ser contratadas para festas, tipicamente não são convidadas para as festas em que a sua onee-san participe — são, porém, sempre bem-vindas. Tipicamente, uma minarai cobra 1/3 hanadai, e trabalha em conjunto com uma casa de chá (designada minarai-jaya), aprendendo com a oka-san, i.e., a proprietária. As técnicas desenvolvidas neste estágio não são sequer ensinadas na escola, já que o nível de conversação e brincadeiras só poderá ser desenvolvido através da prática. Este estágio dura, em média, apenas um mês.


    Gueixas modernas

    Uma geiko entretendo um convidado em Gion (Kyoto)
    Gion distrito geiko (hanamachi) de Quioto, Japão.
    A gueixa moderna ainda vive nas tradicionais casas chamadas okiya em áreas chamadas hanamachi (花街 "cidades de flor"), particularmente durante a sua aprendizagem. Muitas gueixas experientes que são bastante prósperas decidem viver independentemente. O elegante mundo de alta cultura de que a gueixa faz parte é chamado karyūkai (花柳界 "a flor e mundo de salgueiro"). As mulheres jovens que desejam se tornar gueixas agora muitas vezes começam a sua formação depois de concluir o ensino fundamental ou até o ensino médio, com muitas mulheres que começam as suas carreiras na idade adulta. A gueixa ainda estuda instrumentos tradicionais como o shamisen, shakuhachi (flauta de bambu), e tambores, bem como canções tradicionais, dança tradicional japonesa, cerimônia de chá, literatura e poesia. Observando outra gueixa, e com ajuda do proprietário da casa de gueixa, as aprendizes também se tornam habilidosas nas complexas tradições ao redor, selecionando e usando quimono, e na relação com clientes.
    Quioto é considerado, por muitos, o lugar onde a tradição de gueixa é a mais forte hoje em dia, inclusive Gion Kobu. A gueixa nesses distritos é conhecida como geiko. O Tóquio hanamachi de Shimbashi, Asakusa e Kagurazaka também é bem conhecido.
    No Japão moderno, a gueixa e maiko são agora uma vista rara fora hanamachi. Nos anos 1920 houve mais de 80000 gueixa no Japão, mas hoje há muito menos. O número exato é desconhecido para estrangeiros, mas estima-se que esteja entre 1000 para 2000, maior parte na cidade resort de Atami. O mais comum é ver turistas que pagam uma taxa para se vestirem como uma maiko. Gueixa muitas vezes é contratada para assistir a festas e reuniões, tradicionalmente em casas de chá (茶屋, ochaya) ou em restaurantes japoneses tradicionais (ryōtei). O seu tempo é medido pela queima de um bastão de incenso, chamado senkōdai (線香代, "perfume com incenso a taxa de pau") ou gyokudai (玉代 "taxa de jóia"). Em Quioto os termos "ohana" (お花) e "hanadai" (花代), que significam "taxas de flor", são os preferidos. O cliente toma providências pelo escritório de união da gueixa (検番 kenban), que guarda o horário de cada gueixa e faz as suas designações tanto para entretenimento quanto para a sua formação.


    Gueixa e prostituição

    Uma oiran se preparando para seu cliente, ukiyo-e desenho de Suzuki Haronubu (1765).
    Há algumas confusões, até dentro do Japão, sobre a natureza da profissão de gueixa. A gueixa é freqüentemente representada como prostitutas caras na cultura popular Ocidental. Gueixa são artistas, sendo seu objetivo entreter seus clientes recitando versos, tocando instrumentos musicais com conversas leves. Os compromissos de gueixa podem incluir o flerte com homens e insinuações graciosas; contudo, os clientes sabem que nada mais pode ser esperado. Em um estilo social que é unicamente japonês, os homens são maravilhados pela ilusão de que isso nunca vai acontecer. A gueixa não se ocupa no sexo pago com clientes.
    A gueixa às vezes é confundida com as tradicionais cortesãs de alta-classe chamadas de Oiran. Como as gueixa, as oiran usam penteados complicados e maquilagem branca. Um modo simples de distinguir-se entre os dois consiste em que oiran, como prostitutas, atam o seu obi na frente, enquanto a gueixa o faz nas costas na maneira habitual. Durante o período Edo, a prostituição foi legal e as prostitutas como a oiran foram autorizadas pelo governo. Por outro lado, a gueixa foi estritamente proibida de manter uma licença de prostituição, e oficialmente proibida de fazer sexo com seus clientes. O acordo de autorização levou ao termo derrogativo 'registro duplo', referindo-se à gueixa promíscua.
    Durante a ocupação do Japão, muitas prostitutas japonesas venderam-se como gueixa a soldados americanos. Essas prostitutas ficaram conhecidas como garotas geesha, devido a uma má pronúncia da palavra gueixa, levaram a imagem de gueixa como prostitutas aos Estados Unidos.
    A gueixa que trabalha também em cidades onsen como Atami é chamada como onsen gueixa. Onsen gueixa tem dado uma má reputação devido à prevalência de prostitutas em tais cidades que a divulgam como ‘geisha’, assim como rumores sórdidos de rotinas dançantes como 'Rio Superficial' (que implica as 'bailarinas' levantarem as saias do seu quimono mais alto e mais alto). Em contraste com essas 'gueixas de uma noite', a onsen gueixa é uma verdadeira dançarina e musicista.


    Relações pessoais e danna

    Espera-se que as gueixa sejam mulheres solteiras; aquelas que decidem casar devem se retirar da profissão.

    Foi tradicional no passado de gueixa tomar um danna, ou o patrono. Um danna era tipicamente um homem rico, às vezes casado, que tinha meios de apoiar as despesas muito grandes relacionadas à formação tradicional de uma gueixa e outros custos. Isto às vezes ocorre hoje em dia também, mas muito raramente.
    Uma gueixa e o seu danna podem ou não estarem apaixonados, mas a intimidade nunca é tida como uma recompensa do suporte financeiro do danna. As convenções tradicionais e os valores dentro de tal relação são muito intricados e não bem entendidos, até por muitos japoneses.
    Enquanto é verdadeiro que uma gueixa não pode ser paga por ter relações pessoais com homens que ela encontra pelo seu trabalho, tais relações são cuidadosamente escolhidas e improvavelmente são casuais. Um hanamachi tende a ser uma comunidade muito unida e a boa reputação de uma gueixa não é tomada facilmente.